Corpando a vida no envelhecer
Por Ártemis Marinho, Novembro 2009
A imprensa noticiou esta semana que segundo um estudo europeu, metade dos bebês nascidos hoje chegará aos 100 anos. De acordo com dados levantados pelo IPEA, sabemos também que os brasileiros aumentaram sua expectativa de vida, os homens para 63 e as mulheres para 72 anos, com previsões positivas em termos de qualidade de vida.
Por um lado podemos comemorar estes dados e por outro pensamos em como as pessoas lidam com o curso do envelhecimento, uma vez que vivemos em uma sociedade onde a compressão do tempo e do espaço gera uma cultura da velocidade e da performance, nos levando a desconectar do processo da vida.
A boa aparência está colada à ideia de bem estar: conservar o corpo com dietas, exercícios e outros cuidados trará longevidade, a juventude é permanentemente desejada, desconectada da faixa etária no presente. Há uma recusa e um medo do envelhecer, que é visto como uma transgressão à “nova estética do envelhecimento”.
Crescemos nos diferenciando enquanto adultos e acrescentando dimensões aos nossos corpos e sentimentos. Somos corporificados em modos de sentir, pensar e agir, e influenciados ao longo da vida por situações ambientais, relações sociais, pelas mudanças de forma biologicamente programadas e por nós mesmos enquanto sujeitos.
Na maturidade nos voltamos mais para o nosso interior e aprofundamos a pessoa que somos. Interagimos com o mundo a partir do aprendizado do tempo na vida. O futuro fica mais próximo e cada dia é experienciado como uma oportunidade de sermos mais nós mesmos e fazermos o que realmente queremos.
A metodologia formativa nos auxilia a aprofundar a nossa forma madura através da modulação voluntária das posturas emocionais e da diferenciação dos papéis sociais, consolidando a construção de valores pessoais.
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